holy moments of a waking life

30 janeiro 2006

De volta...

Teoria e prática. Duas faces da mesma moeda. Não, não vou falar aqui da minha tese, mas sobre uma “teoria” que comprovei nesse último finde. Acho que falei em algum lugar nesse blog sobre as constantes e às vezes profundas conversas que têm rolado com a parceria. Hoje me refiro a uma em especial, que rolou com o Eurico, no domingo retrasado. A propósito, falar nisso vai sanar uma “dívida” ‘minha pra comigo mesmo’, pois disse que ia falar desse tal domingo e acabei desviando pra outros rumos e não falei nada.

Bom, mas então... [:)]

Nesse tal domingo, eu e o Nego falávamos – dentre outras coisas – sobre rumos, destinos e moradas, sobre ficar em POA, ir pra Floripa, voltar pra Pelotas ou ir pra anywhere else. Foi meio que consenso que a idéia é ficar aqui, desde que preenchidos certos requisitos. Entretanto, rumar pra outros lados não é visto com maus olhos, tampouco voltar pra Pelotas. ENTRETANTO, um fator problematizante, o único talvez, mas de peso essencial (observem os termos, propositalmente usados para dar peso à ‘teoria’!), especialmente no caso de retorno à terra natal, seria a falta de companhias, amizades, parceria... enfim, amigos. É claro que há amigos lá ainda, bons amigos, mas que estão afastados ou por pouca convivência e/ou porque os caminhos apontaram pra outros lados. Dos amigos que sempre foram presença constante, ficaram dois ou três lá, os quais ou não param na cidade, ou tem família, afazeres outros, etc. A família conta bastante também, mas a correria da vida, os laços extremamente fortes que nos une e a relativa proximidade entre POA e Pelotas, “permite” que não se more na mesma cidade e tenha uma saudade “administrável”. A conclusão, a ‘teoria’ é, portanto, de que a volta pra Pelotas é possível, não-rejeitada, mas de certa forma, com uma adaptação mais difícil do que uma vez pensada.

Comprovei isso na prática nesse finde. Cheguei na sexta de noite bem cansado. Minha única iniciativa foi buscar um lanche no Circulu’s (um bauru entrecot excelente, diga-se de passagem) e voltar pra casa, pra ficar com os velhos. Fiquei até tarde vendo um DVD com o pai – FIFA Fever, empréstimo do Baiano – muito legal pra quem gosta de futebol. Depois disso, cama e sábado já estava de pé cedo pra ir no Centro, comprar umas cordas pro violão e procurar bolinhas de squash. Além de não encontrar as tais bolinhas (por sinal, se alguém souber onde encontrá-las, me avise), não encontrei NENHUM CONHECIDO. Voltei pra casa, almoço e squash com o Cristian. Essa parte tava jóia! Foi muito legal como sempre (fora o fato de que quase apaguei por causa do calor insuportável). Voltei pra casa na expectativa de um churras que tinha ficado pré-combinado desde antes de sair de POA. Foi só expectativa. Deu algum problema e não rolou. Fui pro Laranjal, dei uma volta e não encontrei NINGUÉM DE NOVO. Solução? Ligar pras pessoas. Resultado: não achei ninguém. Sair sozinho pra noite? No thanks, não tinha pilha pra isso. Minha diversão foi ver um filme na TV e mandar mensagens no celular.

Ah, mas tem o domingo!!! Bah, o pai se puxou e fez um frango à xadrez tri bom. Comi até sair pelas orelhas. De tarde, fiquei em casa, esperando a “lua” baixar e vendo o jogo do xavante na TV (melhor pular essa parte...). Acabou o jogo, o papo tava bom com o pai e a mãe, fiquei em casa com eles, até o Alemão me ligar, respondendo à mensagem que eu mandara no sábado à noite, e irmos no Kibe Sfiha no Laranjal, pra jantar. Bah, falamos muita bobagem, como sempre fazemos, tava muito legal mesmo, tanto a parceria quanto a cerveja e o rango. Agora, pergunte quantas pessoas conhecidas, além do Alemão, eu encontrei? zero, nil, nadie, nobody, necas.

Digamos, então, que – no final das contas – fui pra Pelotas pra ver a família (sem dúvida, importantíssimo e necessário pra mim) e passar dois períodos de aproximadamente uma hora e meia jogando squash e batendo papo com os dois únicos amigos que encontrei.

Sei que estou sendo bastante dramático com o quadro que pinto, mas essa prática do final de semana comprova a ‘teoria’ exposta antes. A re-adaptação à Pelotas em um eventual retorno não vai ser fácil.

Bom, esse foi o primeiro post da semana, digno do “espírito” da segunda-feira. Ainda bem que a semana é curta e já tem bastante recheio amanhã e talvez quarta pra ajudar a passar mais rápido.

Era isso. Daqui a pouco eu volto.

27 janeiro 2006

Um post pra não ser lido...

Bueno, ontem teve o níver da Robertinha, lá no Entreato. Fui com o Baiano e o Nigs (pra variar! Mas isso não é uma crítica, pelo contrário)... Como já era esperado, foi bem legal, reencontrei um pessoal que não via há tempos... a Sáskia e a Ane, a própria Robertinha... quem tava lá também era o Feco e a namorada. Batemos um bom papo sobre futebol, a situação do nosso Xavante e mais as bobagens de costume... Que fiquem registradas também as nobres presenças da Nina, JP e Clá. A nota engraçada da noite é que descobrimos que o Nego tem um filho, que trabalha no bar, por sinal... [:D]. Isso é tudo que posso dizer.

E como eu previ em outro post, ontem foi corrido mesmo. Não só o dia, mas as atividades. Antes de irmos pro níver, rolou o squash semanal. Eu, Ricardinho, Nigs, Baiano e Rodrigo nos revezamos em duas quadras por uma hora e meia. Cara... como corri!!! Mas foi divertidíssimo, bom mesmo. Fazendo referência ao JP, eu diria que foi “muito bom, meu velho!!!”...

Bueno, não tenho mais nada pra dizer, eu acho... estou na expectativa de partir pra Pelotas agora no fim da tarde no “Expresso Krolow”. Talvez eu coma um Circulu’s quando chegar lá... e no sábado parece que vai rolar um churras na casa da Cris (tomara!). Saudade dela, vamos colocar o papo em dia.

Percebi agora que esse é o sexto post em cinco dias... putz, não imaginei que fosse escrever tanto em tão poucos dias... deve ser porque ainda é novidade... E esse ficou com uma cara “chata” (ou melhor, mais chato que os anteriores, eu diria), por isso o título do post. Provavelmente eu não poste nada no finde, mas na semana que vem atualizo esse troço de blog.

Vou fazer um chimas. Bom finde pra todos! Daqui a pouco eu volto.

26 janeiro 2006

Quebrando o ritmo

Esse é pra ser um post curto. Além de ter a intenção de manter a constância nas postagens (embora eu não pretenda postar coisas todos os dias caso não tenha nada pra dizer), o outro motivo é tentar quebrar o ritmo e o tom das mensagens anteriores. A idéia até é que o blog retrate um pouco a forma que o autor se sente em determinado momento da vida, inclusive falei isso no primeiro post, mas achei que o negócio estivesse ficando com uma cara muito “pesada”, que não revela bem a forma que a coisa está rolando. Assim, justifica-se esse pequeno texto.

Também é importante dizer que não estou “soltando fogos” de felicidade, pois as coisas não funcionam assim comigo. No entanto, também é preciso dizer que não estou triste. Introspectivo talvez... triste não. Acho que deixei a impressão de tristeza no último post, e ela existe de certa forma, mas a tranqüilidade e a maturidade da decisão, juntamente com o “acordo” feito e o entendimento de ambas as partes, não deixam o sentimento negativo da tristeza ser o principal. Ela existe, é óbvio, pois no PERDER É GANHAR tem o PERDER. No entanto, gostaria de deixar todos aqueles que se importam certos de que está tudo bem. E a moça do “plin” pode ficar tranqüila também. Afinal, não foi à toa que 15 anos de distância transformaram-se na sensação de apenas horas de separação. Sabe-se lá o que nos aguarda.

Bom, life goes on.

Desde ontem quando cheguei em casa tô ouvindo o segundo CD do álbum In Your Honor, do Foo Fighters. Há algum tempo atrás, concordava com o Nego e a Nina sobre o fato de as músicas parecerem uma sessão de tortura sentimental, tipo músicas para pular da ponte. No entanto, ouvi-las desde então tem me deixado com uma sensação extremamente boa, especialmente Miracle, Another Round e Cold Day in the Sun. Sei lá... talvez o David Grohl pudesse explicar o que ele pretendia com esse segundo CD... mas mesmo assim não ia mudar a forma como me sinto ouvindo essas músicas. Bueno, mas como dizem meus amigos bêbados (eu fora!), “depois da tempestade vem a Bonanza”. Ontem falei com meu bom e velho amigo Roy e entre uma e outra dica de cinema ele me ofereceu uma carona pra Pelotas amanhã. Beleza! É jóia viajar com ele e a Bel, ótimas companhias. E hoje o dia começou legal. Caí da cama, fiz um monte de coisas que estavam pendentes. Li uns troços pro doutorado e fui pra musculação. Cara, como as atividades físicas me fazem bem. Eu viajo quando tô envolvido com essas atividades. Saí de lá renovado. Hoje de noite tem squash, tô numa baita pilha pra jogar... de repente até ganho uma ou outra do Rodrigo hoje. Tenho que fazer o cara correr... falando em correria, o dia vai ser puxado. Mas isso é bom, afinal, cabeça vazia, morada do diabo. Vou pra UFRGS daqui a pouco, venho em casa, vou pro squash, volto pra casa e vou pro níver da Robertinha, no Entreato. Acho que vai ser bem legal, vai juntar uma galera conhecida lá. Depois eu conto como foi. A propósito, parabéns Robertinha! Feliz aniversário, muitas felicidades, muitos anos de vida. O beijo e o abraço chegam de noite.

Vou ficando por aqui, tenho que almoçar. Daqui a pouco eu volto.

25 janeiro 2006

Perder é ganhar...

Pausa pro café. Dia que começou estranho esse... geralmente tenho fome de manhã. Não tive. Na hora do almoço, sem fome também. Acabei tomando um capuccino e comendo um pastel na UFRGS, só em consideração ao que a mãe sempre disse sobre não ficar muito tempo com o estômago vazio. A propósito, saudade da "véia"... ou melhor, do pai também, do meu sobrinho, do meu irmão. Mas nisso eu dou um jeito nesse finde, indo pra Pelotas. Bom, mas vim aqui deixar um post sobre "colocar coisas em prática". Hoje percebi que esse tema tem girado - de modo direto ou indireto - ao meu redor desde o fim do ano passado. Nas últimas semanas, o tema girou bem mais rápido.

Perto do meio-dia, falei com a moça do "plin" (vide posts anteriores), pra não perder o hábito. Pra variar, foi muito legal, nos damos muito bem, temos uma sintonia e, como ela diz, muita "afinidade". Nosso papo é extremamente agradável, prazeroso, exhilarating, etc., etc., mas sobre isso já falei noutro dia. A questão é que tomei uma decisão, no mínimo, chata agora de tarde. E só escrevo aqui porque as partes interessadas já foram comunicadas. Enfim, resolvi colocar em prática, pela terceira vez em um mês (tem alguém do Guiness Book olhando aí?) e "ao natural", a máxima do PERDER É GANHAR. O estranho é que, embora certo de que fosse o melhor a fazer, dessa vez não fiquei à vontade. Das três vezes, essa foi a primeira que senti que realmente estava perdendo algo. Como é ruim a sensação de estar sendo MAU com alguém de quem gostamos, mesmo sabendo que é pro BEM de todos. Tenho certeza absoluta que fui compreendido e até "apoiado" - e isso ajuda a aumentar a dor - mas é um desconforto ter que abreviar algo que certamente (?) seria legal. É tão duro aceitar que a coisa está tão perto, mas que ainda assim temos que fazer um caminho maior pra chegar lá. É mais ou menos como se estivéssemos de um lado de um rio estreito, querendo pegar a fruta na árvore logo ali, do outro lado da margem. Mas ou por não sabermos nadar, ou por ter piranha no rio, ou por qualquer outro obstáculo idiota, temos que andar até a ponte mais próxima (às vezes, não tão próxima) pra atravessar e, então, chegar à árvore e saborear o fruto. Ah, sem falar que corremos o risco de não haver tal ponte... Com a melhor das intenções e com extrema sinceridade, o grande Eurico me disse "tu és corajoso, cara". Valeu, meu velho, mas... grande coisa.

A ironia de tudo é que a máxima do PERDER É GANHAR poderia ser a solução de toda a situação, caso fosse aplicada amplamente em todas as partes da "engronha" (crédito ao meu amigo e parceiro de sinuca Eurico). Mas, fazendo uma adaptação em um dos mandamentos dos porcos de Animal Farm, "algumas complicações são mais complicadas que outras". O caso é que, embora seja doloroso ter tomado a decisão, estou certo de que saímos os dois como entramos - por cima. Continua o respeito, a amizade e TUDO MAIS (viu?), deixando a coisa, na pior das hipóteses, como uma lembrança boa (afinal, os holy moments foram devidamente registrados) ou, com sorte, em um curto stand-by. Ainda que eu esteja longe de ser o Ethan Hawke e a história não seja exatamente a mesma, não consigo deixar de ter a imagem da "trilogia de dois filmes" antes do amanhecer e antes do pôr-do-sol (referência imagética do post). Quem não viu, recomendo.

Sem nenhuma intenção de parecer auto-suficiente ou algo que o valha, me reporto aqui a uma frase que um(a) amigo(a) me disse um dia (desculpe a falha na memória, mas não lembro quem falou. De qualquer forma, que fique registrado que foi importante e por isso está aqui agora): dói ser adulto. No entanto, prefiro dormir tranqüilo, essa é a recompensa pra mim, acreditando que PERDER É GANHAR.

Bom, era isso, back to work. Daqui a pouco eu volto.

24 janeiro 2006

um pouco mais de Holy moment...

Bueno... tarde melancólica, trabalho andando... pausa pra um café. Inevitavelmente, fiz uma visita no blog, pra ver se alguém mais se prestou a escrever alguma coisa. Link aqui, link ali, cheguei no blog do Nego e vi que a história do holy moment deixou marcas... que boa é a sensação de que alguém lê as bobagens que a gente escreve (ainda que sejam os mesmos que OUVEM as bobagens que a gente FALA... [:P]).

Dando mais uns pitacos nesse troço de "holy moment"... antes é legal ler o que eu escrevi antes em outro post e o que o Nego escreveu sobre isso no blog dele. Depois, ler o que escrevo a seguir pode fazer mais sentido. Mas fique à vontade, a casa é sua.

Pelo que entendi, um holy moment não é resultado de análise, mas sim de percepção. É uma sensação espontânea e involuntária, que simplesmente surge. Me parece, inclusive, que a "graça" da sensação vem dessa espontaneidade, do inesperado. Inclusive, se não me falha a memória, o personagem comenta isso em Waking Life: que o cinema cria holy moments e os faz parecer que só acontecem lá, que são coisas criadas. Na verdade, o personagem argumenta, nossa vida está cheia deles, só que passamos batidos...

Sei lá, se ajudei a esclarecer... mas a idéia era essa. Deixa eu voltar pro trabalho porque o café já acabou. Daqui a pouco eu volto.

Ainda sobre o domingo...

Êta diazinho safado esse último domingo. Mas também, “safado” até ali... pra quem não pôde ir pra praia como eu, o Eurico e a Nina, aquela chuva tava mais do que bom. Desculpe quem foi pra praia, sei que é uma opinião um tanto egoísta, mas azar... tava cansado de ficar derretendo nessa “sucursal do inferno”. Sim, essa é pra mim a melhor definição de Porto Alegre nos dias de verão, sem ar condicionado em casa nem no trabalho. Também é interessante ver como o “sérumano” – como diz uma amiga minha no MSN - parece ser um eterno insatisfeito. Quando estamos no inverno, grande parte das pessoas torce, até reza, pra que o verão chegue logo, sem lembrar que a maior parte da classe trabalhadora só tem férias por, no máximo, um mês durante a estação do Sol. Já nos dias de verão que enfrentamos nas últimas semanas aqui, a alegria foi ver todo mundo agradecendo aos céus pela chuva, pelo friozinho... vai entender.

Bom, mas eu ia falar sobre o domingo. Eu tenho essa mania de começar falando de uma coisa e engatar em outra(s), acho que herdei do meu pai. Estranho é que quando ele faz isso, pego no pé dele... coisa de pai e filho, eu acho (tanto a repetição de um hábito, quanto a implicância). Mas voltando (de novo)... depois de acordar tarde e ligar pra Nina e pro Eurico pra combinar o almoço, acertamos de ir pro Bar do Beto. O almoço foi quase um brunch, era umas quatro da tarde e a gente ainda tava comendo. E comendo. Pedimos mais comida do que podíamos comer, e quem ficou feliz com isso foram os cachorros que não tenho. Doggy bag, please? [:P]

Já que a comida era boa e farta, pra variar o papo rolou. Como a gente fala... e os dois têm sido pessoas constantes na minha vida GRAÇAS A DEUS, nos papos e nas reflexões. Eu até arriscaria que eles diriam a mesma coisa, pois temos passado por momentos não exatamente idênticos, mas peculiares à fase dos 30 anos, e temos conversado e delirado MUITO. E isso não é uma crítica, absolutamente. É mais um daqueles holy moments que falei no primeiro post.

Mas aí, sempre tem um que é a “bola da vez”. E nesse finde fui eu. Tomei algumas decisões nessa virada de ano, algumas delas que representam PERDER coisas, para poder GANHAR depois. Acho até que tem um filme que usa essa frase – perder é ganhar. Se alguém lembrar qual é, deixe um comentário. Quando falava a eles sobre uma das decisões, isso não no almoço, me referia ao longo período em que não escutava um “plin”, aquele estalo que te motiva a investir em coisas e/ou pessoas. Pra minha agradável surpresa, não aconteceu o tal “plin”, mas sim uma sinfonia deles, todos referentes a uma mesma situação com uma amiga que fez parte da minha vida há algum tempo atrás. E essa foi o assunto principal da pauta, pelo menos pra mim.

Ainda que essa situação seja um tanto complicada, estranhamente me sinto motivado, vivo, empolgado. Ao mesmo tempo, tenho plena consciência de que a situação pode não se desenvolver, pois não somente não depende de mim, como envolve uma série de decisões complicadas “de outra parte”. Mas o que importa agora é uma sensação única e individual de satisfação. Tem uma palavra em inglês que define melhor o sentimento – exhilaration. Desde sexta, tenho falado sobre o caso com a Nina e o Eurico com tamanha empolgação. Me peguei falando de detalhes que observei, como uma mão, um olhar, um jeito de falar, coisas que foram ditas. Holy moments.


A propósito, vale lançar aqui uma tentativa de explicação da expressão, ainda que seja um pouco complexa e permita uma série de interpretações. Segundo um diálogo em Waking life, um holy moment é um daqueles momentos no cinema em que algo se destaca dentro de um frame, algo que é perceptível a partir de um efeito ou de uma iniciativa do diretor. Pode ser um olhar entre duas pessoas em silêncio (esse é o exemplo do filme, retratado na imagem desse post). No entanto, um dos personagens argumenta que nossa vida está repleta de holy moments, embora muitas vezes não notemos.

Depois dessa explicação, talvez fique mais claro o que estou tentando colocar aqui. A situação que me encontro tem sido uma sucessão desses momentos, e tenho a ingênua impressão de que é recíproco. Tristemente recíproco. Quando contava com empolgação algumas coisas que me tocaram quando estive com essa amiga, o Nego largou nosso tradicional e bem humorado “Tu ta fuuudido!!!” (ele até colocou uma leve e discreta referência sobre isso no blog dele). Em termos, concordo com o Nego. Por outro lado, me sinto bem e, ainda que a situação não seja nada favorável, não me sinto tão ansioso, nem angustiado, pois o que temos tido é um holy moment atrás do outro, com muito papo, RESPEITO e prazer em estar juntos. Não estamos presos um ao outro (nem poderíamos), mas sinto que há uma conexão forte, ou como ela diz, afinidade.

Estranho, mas muito legal.

Acabei nem falando do domingo... ainda bem que eu avisei que começo falando de um assunto e acabo em outro. Coisa de pai pra filho. Olha aí, ó – perceber isso foi mais um holy moment. Daqui a pouco eu volto e falo do fim do domingo.

23 janeiro 2006

Bom... e agora?


Tá aqui. Tá feito o blog. Há tempos eu pensava na idéia de ter um. Na verdade, eu já tinha (tenho) um blog "de trabalho", que eu uso (?) pra compartilhar/divulgar/trocar as coisas que fiz, faço e venha a fazer na profissão, mas como entrei na fase da "reflexão que leva à produção" (espera-se, pelo menos!), ele está meio parado... No entanto, esse blog aqui vem com um outro propósito, o de falar sobre coisas mais "genéricas", mais amenas. Talvez "amenas" não seja o termo mais adequado, pois tais coisas têm exercido (e sempre exerceram) uma forte influência sobre tudo que faço e vivo, inclusive o trabalho. Tenho estado numa fase de falar muito sobre as coisas, rumos da vida (não necessariamente da minha, mas inclusive), decisões, coisas que me incomodam, me satisfazem e etc. Logo, parece que esse blog deveria ser anterior ao outro, mas isso é outra história, pois nem todas as coisas começam a existir somente a partir do momento em que elas tornam-se perceptíveis... mas deixa esse papo pra outra hora.

A minha decisão de fazer um blog desse tipo, contando as coisas que vivo, sinto e/ou vejo, se deve a alguns fatos que merecem registro, eu acho... Primeiro, por acreditar que, HOJE, a maioria das pessoas que lêem blogs são amigos/conhecidos dos autores. Assim, isso diminui a possivelmente incômoda sensação de que minha vida está aberta para gente que eu não conheço. Não se preocupem: não sou ingênuo a ponto de ignorar essa possiblidade. Segundo, por não dar mais tanta importância para aquilo que vão pensar sobre o que eu escrevo sobre a minha vida e a de outros, além de não pretender fazer aqui nenhuma revelação bombástica sobre a vida alheia, tampouco me isentar do bom senso que preservará a identidade de possíveis "vítimas". Terceiro, por ter confirmado uma impressão que sempre tive e que se tornou certeza depois do advento e do uso constante do MSN - eu me expresso melhor quando escrevo do que quando falo. Assim, esse blog também tem a função de "auto-ajuda" pro autor. Eu acho que tinha um quarto fato, mas não tô lembrando agora... não devia ser importante.

Acho legal também falar sobre o nome que dei ao blog. A expressão Holy Moments veio de um filme que assisti ontem lá no Nigs: Waking Life. Achei que ia gostar do filme quando peguei o DVD na locadora, pois vi algo sobre ele no perfil de um ex-aluno meu no Orkut. Sempre que falávamos sobre filmes, concordávamos nas opiniões, então achei que valia a tentativa. O filme é muito legal MESMO. É do mesmo diretor de Antes do amanhecer, e é uma animação "pra adultos", do tipo "viagem". Os diálogos do filme são muito bons e fazem a gente pensar sobre a vida (a nossa própria, inclusive) e outras questões. Uma delas era o conceito de holy moment, que eu talvez explique numa outra hora. Se estiver com pressa ou sem paciência pra esperar (o que é a mesma coisa!), vá na locadora e pegue. Mas decidir que Holy Moments of a Waking Life seria o título do blog não foi uma tarefa fácil. Confesso que o nome dado foi um dos primeiros que pensei (se não o primeiro), mas até decidir deixá-lo foi um parto (nem sei se 'parto' é uma palavra que descreve bem o grau de dificuldade, pois há tempos que parto não dá muito trabalho, mas...). Fiquei pensando porque é tão fácil pensar em um nome legal pra um filho (a propósito, não tenho filhos, até onde sei) e tão difícil dar pra um blog... talvez seja pelo fato de que o filho é uma "coisa" nova, enquanto o blog é uma parte de nós, representa de alguma forma uma ou várias faces do autor... em outras palavras o blog é meio como se fosse o próprio autor, daí então a tentativa de achar um título que represente de certa forma o que somos. Pra resolver essa questão, pedi ajuda pro Nego (=Nigs), "blogueiro das antigas", e que sempre tem umas idéias boas. A primeira que ele me lançou foi um apelido, que foi logo descartado em função das explicações que teriam que ser dadas... A saída foi agradecer o Nego e partir pra outra técnica. Pedi pra uma amiga - a Nina, de quem vou falar com uma certa freqüência aqui, eu acho - me dizer como ela me identifica, me difere de outras pessoas. Felizmente, surgiram várias características legais (a única 'não-legal' é que eu sou meio pentelho e teimoso às vezes), mas mesmo assim não foi o suficiente pra eu me inspirar e achar um nome representativo pra esse troço de blog... meNina, thanks anyway [:P]... frente à falta de inspiração e por perceber que nos últimos meses tenho tido vários holy moments que têm me despertado pra uma série de coisas(ah, tá aqui o quarto fato que me levou a ter esse blog!!!), fica, até decisão em contrário, esse título - Holy Moments of a Waking Life. [:P]

Bueno, vou jantar. Tinha escrito um texto bem maior e acho que mais "encorpado" do que esse, mas perdi tudo e tive que escrever de novo. Mas a essência tá aí. Vai junto do post uma foto a la Waking Life. Daqui a pouco eu volto.