holy moments of a waking life

10 outubro 2007

Eu, dotô


Esse post começou "offline", tomando um café depois da aula da manhã e antes da aula da tarde na UFRGS. A motivação tem a ver com essa história de agora eu ser "dotô".

Como falei em outro post, tô muito feliz e orgulhoso por ter terminado o doutorado, especialmente pela forma como a tese resultou. Não podia ser diferente. No entanto, tem um troço que geralmente dizem sobre quem acaba esse nível de pós-graduação - que o indivíduo passa a se achar o supra sumo da sabedoria, o "ó" do penacho, o degas, o fodão, o "the chosen one" - e sobre o qual eu queria falar.

Bueno, em primeiro lugar, não acredito que quem faz doutorado fique metido à besta. Ou melhor, não acredito que todos ou a maioria que faz doutorado pensem ser a última bolacha do pacote. No entanto, admito que há tais espécimes, os quais acabam "contaminando" a imagem dos demais.

Essa opinião mais ou menos generalizada não deveria me incomodar, afinal já fui chamado de "estrela" e de "falso intelectual" nesse blog (hehehe... brincadeirinha). No entanto, essa inflada no ego me incomoda em todo e qualquer nível e tive uma demonstração recente do "fenômeno".

Em primeiro lugar, é válido dizer que acho normal uma certa mudança na forma como o "recém doutor" se comporta em situações formais. É esperado que o profissional nesse nível aja dentro de um padrão. Também entendo que, no meio acadêmico, a atuação com base no título é necessária, sob pena da perda de espaço. Porém, todavia, contudo, entretanto, isso não tem nada a ver com agir de maneira arrogante e/ou pouco modesta.

Pois bem, posto isso, ao fato então.

Semana passada, dois dias após a defesa da tese, estava almoçando sozinho na UFRGS. Em uma mesa próxima, havia três colegas meus - todos doutores há mais tempo. Em dado momento, percebi que falavam sobre mim e, quando olho para a mesa deles, vejo que dois deles estão me olhando para me dar os parabéns. Foi quando a terceira colega disse:

- Bem-vindo ao clube!

"Clube? Que clube?", pensei eu. Ainda estranhando a declaração e o tom segregador, ouvi a "colega" completar com algo assim:

- Quer dizer, pra chegar no nosso nível, precisa mais um ou dois anos, né...

Se minha expressão não revelou o desconforto, a dos demais colegas que dividiam a mesa com ela demonstrou o mal-estar. Confesso que fiquei pensando sobre o que ela quis dizer. Entendi que o comentário devesse estar relacionado com um aumento na produção científica, o que seria natural. De qualquer forma, o comentário não cabia no momento, bastava um "meus parabéns" e tudo ficaria bem. Entretanto, a situação revelou (juntamente com o "passado" da referida "colega") que realmente há quem se ache melhor porque é doutor, ao mesmo tempo que demonstra - pela reação de constrangimento dos demais à mesa - que nem todo doutor é um jerk.

Bueno, fiquei curioso e fui dar uma olhada no currículo Lattes - ferramenta acadêmica da CNPq para registro e controle da produção acadêmico-científica - dessa professora. Percebi que não há muita diferença entre nossas produções, o que pode significar que OU ela não aproveitou seu tempo de doutora OU eu aproveitei demais o meu tempo de mestre. Provavelmente as duas hipóteses estejam erradas. [;P]

Enfim, tô tri feliz e satisfeito pela minha tese, valorizo um monte esse meu trabalho (e de outros doutores também), mas "tô ligado" pra tentar ser simplesmente mais um "dotô", sendo valorizado pelo trabalho de ensino e pesquisa, não por ser portador de um título de "Dr." na frente do meu nome.

Daqui a pouco eu volto.

01 outubro 2007

"Acabôôôôôôôôôô!!! Acabôôôôôôôôôô!!!"


Quem já andou lendo esse blog sabe que eu não gosto do Galvão Bueno. Isso continua sendo verdade. No entanto, não tenho como não associar o grito emblemático do final da Copa de 94 e que entitula esse post ao sentimento de alegria por uma missão (longa) cumprida.

Acabou, hoje, o doutorado.

Após ver a "luz no fim do túnel" em 01/08/2007 (data do último post) quando terminei de escrever a tese, passaram dois exatos meses até hoje, data da defesa.

Talvez quem venha a ler esse post não imagine a alegria e o sentimento de alívio em ter finalizado essa etapa de quatro anos, ou até ache bobagem e/ou "showing off"... de qualquer forma, tô feliz pra caramba e decidi que o fato merecia um post, com direito a foto "torcida-de-time-que-venceu-clássico" (hehehe).

Obrigado a todos que me ajudaram nesse período, opinando, torcendo, apoiando, entendendo ausências em churrascos e afins... nessa reta final, obrigado a minha Lu pela paciência e por entender a minha proposta "não-queres-visitar-tua-família-nesse-fim-de-semana?"!!!!

No mais, só tenho a dizer: "É NÓIS!!!!!!!!!!!!!!!!!"

Daqui a pouco eu volto.

PS: não podia deixar de mencionar que a tese foi recomendada pra publicação... (;)) Que guri exibido... (:P)