Enquanto isso, no amistoso da Seleção...
Eu gosto de futebol. Gosto de (tentar) jogar, de torcer e de assistir. Gosto de conversar sobre futebol, tentando entender e aprender - sem nenhuma pretensão maior - sobre o jogo.
Só que quando tem jogo da Seleção, uma exclusividade da Globo, eu encaro um problema chamado "Galvão Bueno".
Eu não gosto do Galvão Bueno. Não é aquele ódio de querer que ele morra, mas chega perto disso, só pela esperança de ter, um dia, o prazer de ver e ouvir um jogo narrado por QUALQUER UM, exceto esse mala. Sei que tem muitos narradores ruins (na verdade, não lembro de nenhum "ótimo"). Os comentaristas, então, nem se fala. Acho que o Falcão é muito competente, junto com o Mauro Beting, agora, Casagrande, José Roberto Wright, Neto e Müller (virge!) são uns ignorantes. Não deveria haver um microfone ligado perto deles. Mas esses são "apenas" ignorantes.
O Galvão, não.
O Galvão é arrogante. Ele sempre dá a última palavra no comentário dos outros. Ele é um narrador, tá ali pra narrar. Os comentários são para os comentaristas. O Galvão (finge que) não vê essa obviedade.
O Galvão é chato. A cada jogo, ele "escolhe" um fato e o repete com toda a força que o verbo "repetir" pode ter. E o faz durante a partida, no intervalo e ao final. Ele deve ligar pra mãe dele e contar a sua descoberta. Mais, ele deve começar no dia anterior, contando pro produtor, pro "Zé-da-Kombi-da-Globo", pro Roberto Marinho (ops, pra esse não mais). Na última partida, eu contei 11 vezes o fato de que "foi nesse estádio que Garrincha e Pelé jogaram juntos pela primeira vez e não saíram mais". Inclusive ele "mandou" o Tino Marcos perguntar para um jogador se ele sabia dessa efeméride (sempre quis usar essa palavra, espero que esteja certa!).
O Galvão é irritante, principalmente quando ele tenta (e consegue) fazer "colar" algum bordão, alguma marca registrada sua. "Agora é teste pra cardíaco, amigo!", "ganhar é bom, mas ganhar da Argentina é muito melhor", "pra dentro dele, <nome do jogador>!" são alguns exemplos. Até aí, tudo bem, pois todos os narradores fazem isso (vide o "olho no lanceeeeee!" e "pelo amor dos meus filhinhos!" do lendário Silvio Luiz). O Galvão vai além.
Desde que os jogadores com nome iniciando em "R" começaram a estrelar na Seleção, o Galvão desandou a enrolar e desenrolar os "érres". Era "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRivaldo" pra cá, "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRonaldo" e "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRonaldinho" pra lá, até um "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRoberto Caaaaaaaaaaaaaarlos" escapava de vez em quando.
Só que em Chile vs. Brasil do sábado, 24/03, surge a superação:
Pô, Galvão, "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRuan"?!?!?!?!?!
Essa foi demais. Daqui a pouco eu volto.