Enquanto isso, no amistoso da Seleção...
Eu gosto de futebol. Gosto de (tentar) jogar, de torcer e de assistir. Gosto de conversar sobre futebol, tentando entender e aprender - sem nenhuma pretensão maior - sobre o jogo.
Só que quando tem jogo da Seleção, uma exclusividade da Globo, eu encaro um problema chamado "Galvão Bueno".

O Galvão, não.
O Galvão é arrogante. Ele sempre dá a última palavra no comentário dos outros. Ele é um narrador, tá ali pra narrar. Os comentários são para os comentaristas. O Galvão (finge que) não vê essa obviedade.
O Galvão é chato. A cada jogo, ele "escolhe" um fato e o repete com toda a força que o verbo "repetir" pode ter. E o faz durante a partida, no intervalo e ao final. Ele deve ligar pra mãe dele e contar a sua descoberta. Mais, ele deve começar no dia anterior, contando pro produtor, pro "Zé-da-Kombi-da-Globo", pro Roberto Marinho (ops, pra esse não mais). Na última partida, eu contei 11 vezes o fato de que "foi nesse estádio que Garrincha e Pelé jogaram juntos pela primeira vez e não saíram mais". Inclusive ele "mandou" o Tino Marcos perguntar para um jogador se ele sabia dessa efeméride (sempre quis usar essa palavra, espero que esteja certa!).
O Galvão é irritante, principalmente quando ele tenta (e consegue) fazer "colar" algum bordão, alguma marca registrada sua. "Agora é teste pra cardíaco, amigo!", "ganhar é bom, mas ganhar da Argentina é muito melhor", "pra dentro dele, <nome do jogador>!" são alguns exemplos. Até aí, tudo bem, pois todos os narradores fazem isso (vide o "olho no lanceeeeee!" e "pelo amor dos meus filhinhos!" do lendário Silvio Luiz). O Galvão vai além.
Desde que os jogadores com nome iniciando em "R" começaram a estrelar na Seleção, o Galvão desandou a enrolar e desenrolar os "érres". Era "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRivaldo" pra cá, "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRonaldo" e "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRonaldinho" pra lá, até um "RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRoberto Caaaaaaaaaaaaaarlos" escapava de vez em quando.
Só que em Chile vs. Brasil do sábado, 24/03, surge a superação:

Essa foi demais. Daqui a pouco eu volto.