holy moments of a waking life

14 fevereiro 2006

Inconformidade

Queria escrever sobre inconformidade. Daí resolvi ir pro Google procurar definições da palavra, meio que pra achar inspiração pra escrever. A primeira opção que a busca me ofereceu parecia que ia direto ao ponto, mas quando entrei na página, parecia que não tinha muita coisa a ver. Na verdade, não tinha, falava de inconformidade como um termo da Geologia (Superfície de discordância maior que resulta de pronunciada erosão pós-diastrófica de rochas de um embasamento cristalino, ígneo e/ou metamórfico dobrado, antes da deposição das camadas sedimentares ou vulcano-sedimentares estratigraficamente acima. Esta superfície inconforme representa assim um paleo-relevo que recebeu a deposição sedimentar), mas curiosamente havia um link para uma outra página, na qual a “inconformidade” estava retratada.
Tá aí. Essa é a cara da inconformidade. Um amontoado de sedimentos, formando um grande bloco de pedra, desparelho, não-uniforme, tosco e pesado. Será que realmente não era essa a definição que eu procurava? [:)]

A idéia inicial que eu tinha era falar sobre como variam as demonstrações de inconformidade (não a geológica, mas a psicológico-comportamental). Alguns esperneiam, choram, gritam, xingam, saem correndo. No fim das contas, parece que há o padrão humano de atacar, brigar, “quebrar os pratos”, fazer coisas que depois nos arrependemos, mas que de uma forma ou de outra podem ser usadas posteriormente pra justificar a perda ou a situação com a qual estamos inconformados. É meio como se estivéssemos andando por aí, numa praia, e levássemos a "pedra da inconformidade" – do nada – na cabeça e culpássemos a nós mesmos por estarmos na praia na hora errada. Parece que a saída é negar o fato de que a pedra tá ali e fazer algo a respeito é penoso, difícil, inviável ou impossível.

Eu ultimamente tenho falado (ou tentado falar) o que penso e que (na maioria das vezes) talvez não devesse expressar. No entanto, no meu caso, ainda que esteja inconformado com uma situação e com as conseqüências (a meu ver desnecessárias) do ocorrido, fico tranqüilo por estar sendo sincero comigo mesmo. To 1/2 triste, acho que uns 3/4 triste até, que fique registrado isso, mas ainda tô levando a sério o meu compromisso de ser sincero comigo mesmo.

É engraçado como as coisas se interligam, ou ainda, como a gente faz ligações entre as coisas. Hoje almocei com meu ex-orientador e colega e ele me falou de um livro – os sete hábitos de pessoas altamente eficazes, de Stephen R. Covey. Relatou apenas dois deles e o que mais nos chamou atenção, ligando-o até mesmo com a nossa área de pesquisa, foi o hábito que diz mais ou menos isso: procure primeiro compreender, depois ser compreendido. Acho que essa frase une e explica como tenho tentado agir. Sou até meio chato querendo ouvir todos os lados possíveis de uma história, tentando compreendê-la o máximo possível para tratá-la com justiça e sensatez. Depois falo o que penso, sem a preocupação extrema de ser compreendido. Vale lembrar que também tenho me colocado sempre à disposição pro diálogo e esclarecimentos, afinal seria muito fácil e simples falar um monte de coisas e fugir da responsabilidade que surge em tudo que fazemos e dizemos. Não sei se dá certo, mas tenho me sentido com a consciência bem tranqüila (grande consolo, Peter Parker!).

Bueno, inconformado, chateado, mas tentando ficar tranqüilo, era isso que eu tinha pra dizer. Hoje tem aniversário da Vanessa na Pinacoteca (where the f*** is that?) e acho que vai ser um bom momento pra espairecer. Daqui a pouco eu volto.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

(Pausa nos estudos)

Acho que a gente não tem mesmo que se conformar com as coisas... Tem que lutar pelo que quer, sob pena de, ao final, se arrepender por não ter feito "mais"... (Quem falando né?) Mas estou tentando aprender também...

Conseguir expressar o que tu sentes, de maneira sincera, é a melhor forma de não se deixar levar pelo conformismo... Ficar calado não te leva a lugar nenhum.

Continuamos as divagações mais tarde...

By the way, o Pinacoteca fica na República, próximo à José do Patrocínio. Mas não te preocupa que eu te levo lá, P.D.L.!!!

:-p

Beijo!

fevereiro 14, 2006 6:17 PM  
Blogger Rafael said...

É, acho que é isso que estou tentando fazer. Se perco algo (na verdade, nem sei se houve a perda e estamos morrendo de véspera), pelo menos fico tranqüilo por ter sido sincero e tentado. Afinal, "perder é ganhar"! (Será?)

Obrigado, meNina... pelas palavras e pela carona! Nos falamos mais tarde!

Bjão!

fevereiro 14, 2006 6:56 PM  

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