holy moments of a waking life

06 fevereiro 2006

Ponto facultativo

Cara, se eu já não falei isso aqui, o Nego já falou em seu blog, mas eu repito: como essa cidade é estranha no verão. Somemos a isso o fato de termos um dia “útil” entre um feriado e o finde, temos assim o “dia perfeito”, tirado diretamente do mundo bizarro. As coisas funcionam meio que mais ou menos, estão lá, abertas e esperando clientes, visitantes, E.T’s, mas nem cusco com fome entra, seja em lojas, restaurantes ou shoppings. Bom, nesse último espaço, me parece que nem alguns exemplares da raça humana têm entrada permitida, a não ser que tenham a cara de consumidor estampada na testa (estranho isso... “cara” estampada na “testa”) ou que o volume nos bolsos deixe a entender que o que há lá é um amontoado de grana ou de cartões de crédito e não uma pistola.


Sexta foi declarada como "ponto facultativo" na UFRGS. Acho engraçada essa expressão – ponto facultativo... uma maneira educada de dizer que não haverá trabalho quando moralmente deveria. É o verdadeiro “me engana que eu gosto”: o patrão finge para funcionários e público que o dia é (ou pode ser) de trabalho e os empregados, por sua vez, fingem que lamentam por ter o tal “ponto facultativo”. Por que não dizem nos comunicados da reitoria, da prefeitura e dos governos em geral, “faremos feriadão”? Ah, tá bem, poderia ser alegado que alguns pontos realmente não podem declarar feriadão e deixar o público na mão, sem determinado serviço... mas hospitais, delegacias e outros serviços essenciais não declaram o tal “ponto facultativo”, e sim o “plantão”. Agora, alguém já viu algum lugar que esteja aberto quando é declarado “ponto facultativo”? Eu não.

E tem mais: se observarmos a acepção da palavra, “facultativo” denota “escolha”. Digamos que, em determinado estabelecimento, seja declarado o tal ponto facultativo. Eu, empregado, posso escolher não ir trabalhar? Bom, até posso, mas seria – no mínimo – repreendido pelo patrão.

É, realmente a arbitrariedade das palavras e os contextos nos quais elas se inserem são curiosos.

Bom, mas nesse dia, sexta-passada, era “ponto facultativo” na UFRGS. Fiz uns troços do trabalho em casa de manhã e fui jogar squash com o Baiano. Muito bom o joguinho, bem parelho e movimentado. Acho que foi 3 a 3 ou 4 a 3 pra ele, o Towtow tá se puxando! O plano era jogo-almoço-trocar celular-comprar dicionário. Mission accomplished. Isso tomou boa parte do dia. No final da tarde, grande visita para um chimas. Engraçado, tinham uns sinos que não paravam de tocar ali perto de casa... De noite, my little pal Towtow and I fomos pra Cidade Baixa, fazer um lanche e tomar cerveja. Programa despretensioso, revelou-se um grande momento de risadas, papo profundo e filosofadas. Calor do cão, tentei ligar pro Nego e pra meNina, na esperança de receber uma brisa fresca direta da praia, mas descobri que naquela altura ele tava morrendo em Ganchos...

Depois disso, casa e cama. Viva o ponto facultativo...

Daqui a pouco eu volto. Tenho que falar sobre sábado, pois foi bem legal.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Cara, tem um dia específico que me lembro de Porto Alegre "desfigurada". Eu ia com o Cristian pra Garopaba e me acordei um pouco mais cedo pra sacar grana. Ainda morava na 24 de outubro. Me lembro que a sensação ao sair de casa devia lembrar algo do tipo Vanilla Sky, a cidade totalmente deserta. Como se uma epidemia tivesse mandado todo mundo embora da cidade e tu dormiu demais e acabou nem sabendo o que havia acontecido. Atravessei a 24 numa diagonal de casa até a Tok&Stok. Em condições normais eu seria um chiclete no asfalto. :-)

Mas esses "climas estranhos" tem um ar interessante. Parece que o cara ta olhando a cidade de outro ângulo.

Abraço.

fevereiro 07, 2006 11:04 AM  
Blogger Rafael said...

É vero! Como em um filme... hehehe.

Abraço!

fevereiro 07, 2006 12:23 PM  

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