holy moments of a waking life

12 fevereiro 2006

Amizade e distância


Sexta-feira falei com o Júlio. Grande amigo, conheço o vulgo Julecas há uns 20 anos. O cara agora tá morando em Delft, na Holanda, fazendo parte do doutorado (e é claro, fazendo turismo também, mandando fotos pra gente ficar com pelo menos um gostinho de Europa). Ele e a Martinha (a noiva, que também está lá com ele) são pessoas nota 10 e deram uma boa força na minha vida pra cá. São amigos com “A” maiúsculo.

Bom, mas o fato de ter falado com ele, me fez pensar numa coisa, um tanto "batida" já, mas que é verdade. Hoje, com o avanço das tecnologias de comunicação, só se mantém distante quem quer. No exemplo do Júlio mesmo, em um dia eu estava me despedindo do cara no aeroporto, no outro estava falando com ele no MSN, como sempre fiz quando ele morava aqui ainda. Tem Skype, Google Talk, ICQ, pra ficar só em algumas ferramentas de comunicação síncrona. Outro dia, falando com o Nego sobre blogs e tal, ele me falou sobre o Manuca, um outro amigo dele que tem um blog também, que comentou que a função de tal espaço virtual pra ele era justamente manter os amigos distantes (ele mora em SP agora) informados sobre o que passa na vida.

É normal que os amigos de infância e/ou adolescência tomem caminhos diferentes na vida adulta, indo morar em outras cidades, estados ou países e deixando um rastro de saudade por cada kilômetro percorrido. Só que o contato – tão difícil na época que telefone era caro ou inexistente e as cartas demoravam a chegar – pode ser praticamente instantâneo. Mesmo assim, às vezes a gente vê amigos que vão pra longe e não dão mais sinal de vida. Não procuram e não respondem quando são procurados. Um dia conversava com um amigo sobre isso, e a única explicação que surgiu foi a decisão de isolar-se para romper os laços antigos, “esquecer” o que de bom prende o indivíduo aos amigos distantes, para ter uma adaptação mais “fácil” à nova terra. Pode até ser, entendo que algumas pessoas possam pensar e agir assim, mas confesso que acho muito estranho e, pessoalmente, quase inaceitável. Me dá uma idéia de “amizade descartável”, quando me parece que AMIZADE é algo que deveria ser somado e não trocado, salvo em casos de “graves intempéries emocionais”. É claro que o contato entre amigos a distância não é, nem pode ser o mesmo que existia antes, principalmente no quesito “freqüência”. No entanto, o exagero do afastamento talvez deixe marcas difíceis de apagar, criando um abismo difícil de transpor, ao passo que o contato que se mantém “apesar” da distância enraíza e solidifica as relações de amizade. Posso estar errado, mas me parece que a coisa funciona um pouco assim, acredito eu.

Parece que a distância põe à prova as amizades, ou ainda, o quanto cada pessoa precisa dos seus amigos. Sei lá, papo pra muita discussão... ou não. Dei uma procurada no Google e achei essa página com algumas definições de amizade. Pode ser interessante dar uma olhada. Tem umas bem piegas, outras nem tanto.

Só sei que são duas da tarde e não almocei. Tô com uma baita fome e vou sair à caça de comida. Segue uma foto do churras de despedida do Juleca (o careca ali é o Nego).Daqui a pouco eu volto.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ok, então eu vou deixar um oi aqui, já que não gosto de estar presencialmente distante, mesmo morando pertinho...
Gisele

fevereiro 13, 2006 11:39 PM  

Postar um comentário

<< Home