holy moments of a waking life

20 abril 2006

Joan Miró, Páscoa e elocubrações sobre o mundo virtual


Miró: há 113 anos nascia Joan Miró, em Barcelona. Eu não pinto nada, mas se fosse pintor queria pintar como ele. Segue uma foto de Dutch Interior I, óleo sobre tela de 1928, em exposição no MOMA, NY.

Páscoa: o feriadão resumiu-se a muito squash (três horas na sexta e outras três no sábado, na companhia do Toto, Luke, Cris, Adriano e mais dois caras que eu não lembro os nomes!) e família. Na sexta, ainda levei o Pi e meu irmão ao cinema, pra ver “Era do Gelo 2” (sim, eu já tinha visto, mas vi de novo) e dei uma volta com o Cacá e o Alemão. Sábado de noite rolou churras na casa do Roy (ou dos pais dele!), com direito a muito papo e a participação da “figura” do filho do Tom. Que criança linda e carismática... Domingão, níver da tia Dedê em "Saint Laurent", encontro de boa parte da parentada (vide foto acima). Muita risada e papo legal! Temos que fazer outros... A nota “negativa” do finde foi a ausência da Lu por “justa causa”, afinal, Páscoa é com a família.

Bueno, mas vamos às elocubrações (êta palavra feiosa!): o que me levou a escrever esse post (que talvez seja um daqueles bem longos) foi uma série de fatos que ocorreram e têm ocorrido ao meu redor, mais especificamente nesse e em outros blogs. Cada vez mais me convenço que, ainda que sejam necessários alguns ajustes, o meio virtual vem se tornando cada vez mais real, não somente para questões profissionais, mas também sociais. Até pouco tempo atrás, salvo melhor juízo, um meio como o blog era ponto de encontro de conhecidos. Não eram comuns as visitas de pessoas “estranhas”, não conhecidas previamente no mundo presencial. Hoje, no entanto, parece que aumenta cada vez mais o número de pessoas que se conhecem primeiro (ou exclusivamente) no mundo online.

Embora trabalhe nesse novo meio, não acredito que ele substitua a interação face-a-face à altura. No entanto, não posso deixar de admitir que ele vem se configurando como uma ótima alternativa para (re)encontrar pessoas legais. Peço licença aqui para fazer referência a duas pessoas em especial, que servirão como exemplo do que estou falando. A primeira é a Carolina* (sim, com asterisco). A Carol foi minha aluna em Pelotas. Sempre quietinha, super esperta e “ligada” nas coisas. Adorava a presença e a participação dela nas aulas. No entanto, ainda que tivesse um carinho especial por ela (com todo o respeito!!!) e ocasionalmente conversássemos após uma ou outra aula, nunca me considerei muito próximo a ela além da relação professor-aluna, principalmente por minha parte e por minhas “convicções profissionais”. Com o Orkut e agora o blog, a presença dela é bem mais próxima, pelo menos eu tenho essa impressão. É muito legal receber a visita dela aqui, mesmo que seja pra um “oi”... [;)] Carol, continue aparecendo, ok?

O outro “indivíduo” é o Marcos. Embora ele nunca tenha comentado algum texto aqui (nem tem a obrigação!), o Marcos é um cara que se tornou “chegado” pelo virtual. Mais goivo ainda, ele é comentarista cativo no blog do Nego, ou seja, fomos “apresentados” por um amigo de forma virtual. Achei legal quando vi que tinha um apelido dado por ele – "Rafusca” – o que denota alguma proximidade. Além disso, o cara acompanhou meu amigo Nego em uma fase chata, ouviu e aconselhou, viu a ascensão e os passos dados. Em outras palavras, fez o que um amigo faz. É visível em seus comentários lá o carinho dele com a meNina, comigo, com os demais amigos que naquele blog são referidos. Num dos últimos comentários lá, ele disse: “Acho que já faço por merecer ser ‘quase da turma’”. Acho que sim, Marcos.

Não tenho dúvida que o espaço virtual não substitui o presencial. Insisto que a interação face-a-face ainda é mais completa (afinal, no virtual fica difícil tomar cerveja com os amigos!). No entanto, não posso deixar de ver que o novo espaço parece potencializar reações tipicamente humanas, sejam elas de amor, ódio, solidariedade, inconformidade, etc. Do jeito que a coisa avança, e da forma como “macacos velhos” estão aprendendo a lidar com e usando esses novos recursos, não me surpreenderia se uma ou duas gerações adiante achasse a interação em meio virtual completa.

Bom, era isso. Daqui a pouco eu volto.

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Grande "Rafusca", que era um apelido que um "vô emprestado" meu dava a um Rafael que era muito amigo dele. De uma pesquisa na internet, acabei entrando na página do Eurico e fiquei muito encantado com as estórias e histórias que ele narrava e sempre voltava, mas nunca as comentava. Em um belo dia, resolvi fazer algumas correções no texto dele e acabei, logo após os fatos já citados por você, virando uma pessoa que queria passar otimismo para ele, pois ele sempre me passou a imagem de uma pessoa muito legal e simples. Em relação às relações virtuais, acredito que elas têm um caráter menos competitivo e menos desgastante do que as relações cara a cara que atualmente temos e, por isso, é que elas chegam a ser até melhores que a outra. Mas concordo com você que uma relação cara a cara boa não tem comparação. O difícil é achar essa relação nos dias de hoje. No mais, fica um abraço do seu amigo virtual "Marcos"

abril 21, 2006 10:57 PM  
Anonymous Anônimo said...

acho que pra mim é mais fácil manter relações via internet. pelo menos com a maioria das pessoas. com algumas, a relação cara a cara é fundamental.
é legal conhecer gente nova, com os mesmos interesses, mas por outro lado nem tanto. ah é tudo muito complicado, que nem esse meu comentário aqui.
enfim, valeu pela lembrança! (=

abril 23, 2006 4:33 PM  
Blogger Rafael said...

Ae Marcos!!! Ae Carol!!!

Valeu pelos comentários! Continuem pintando por aqui... a casa também é de vocês!

Quem sabe um dia role uma cerveja no presencial também? [;)]

Abração pros dois!

abril 24, 2006 9:27 AM  
Anonymous Anônimo said...

Fala Rafael,

Acho que não da pra comparar, a interação face-a-face é mais completa. Acho que a interação virtual é mais um caminho, mais um meio de tu "alimentares" ou "reproduzires" as tuas relações reais.

Por vezes tem suas vantagens: perde-se um pouco da timidez, permite-se o animato, permite-se uma reflexão maior e portanto uma argumentação mais elaborada. Mas em compesação me parece incompleta.

Sei que pelo menos estatisticamente minhas melhores amizades continuam surgindo de encontros reais, ou o caminho pode ser o inverso, mas sempre incorrem no encontro real. Talvez um dia tomemos uma cerveja com o Marcos. Talvez um dia façamos uma videoconferência e conversemos sobre a vida, blogs e etc. Isso é suficiente? É completo? Não sei...

abril 24, 2006 7:13 PM  
Blogger Rafael said...

Ae Negão!

Também não sei... daqui uns 20 anos talvez eu te responda... [;)]

Abração e valeu pelos "insights"!

abril 24, 2006 7:23 PM  

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