Joan Miró, Páscoa e elocubrações sobre o mundo virtual


Bueno, mas vamos às elocubrações (êta palavra feiosa!): o que me levou a escrever esse post (que talvez seja um daqueles bem longos) foi uma série de fatos que ocorreram e têm ocorrido ao meu redor, mais especificamente nesse e em outros blogs. Cada vez mais me convenço que, ainda que sejam necessários alguns ajustes, o meio virtual vem se tornando cada vez mais real, não somente para questões profissionais, mas também sociais. Até pouco tempo atrás, salvo melhor juízo, um meio como o blog era ponto de encontro de conhecidos. Não eram comuns as visitas de pessoas “estranhas”, não conhecidas previamente no mundo presencial. Hoje, no entanto, parece que aumenta cada vez mais o número de pessoas que se conhecem primeiro (ou exclusivamente) no mundo online.
Embora trabalhe nesse novo meio, não acredito que ele substitua a interação face-a-face à altura. No entanto, não posso deixar de admitir que ele vem se configurando como uma ótima alternativa para (re)encontrar pessoas legais. Peço licença aqui para fazer referência a duas pessoas em especial, que servirão como exemplo do que estou falando. A primeira é a Carolina* (sim, com asterisco). A Carol foi minha aluna em Pelotas. Sempre quietinha, super esperta e “ligada” nas coisas. Adorava a presença e a participação dela nas aulas. No entanto, ainda que tivesse um carinho especial por ela (com todo o respeito!!!) e ocasionalmente conversássemos após uma ou outra aula, nunca me considerei muito próximo a ela além da relação professor-aluna, principalmente por minha parte e por minhas “convicções profissionais”. Com o Orkut e agora o blog, a presença dela é bem mais próxima, pelo menos eu tenho essa impressão. É muito legal receber a visita dela aqui, mesmo que seja pra um “oi”... [;)] Carol, continue aparecendo, ok?
O outro “indivíduo” é o Marcos. Embora ele nunca tenha comentado algum texto aqui (nem tem a obrigação!), o Marcos é um cara que se tornou “chegado” pelo virtual. Mais goivo ainda, ele é comentarista cativo no blog do Nego, ou seja, fomos “apresentados” por um amigo de forma virtual. Achei legal quando vi que tinha um apelido dado por ele – "Rafusca” – o que denota alguma proximidade. Além disso, o cara acompanhou meu amigo Nego em uma fase chata, ouviu e aconselhou, viu a ascensão e os passos dados. Em outras palavras, fez o que um amigo faz. É visível em seus comentários lá o carinho dele com a meNina, comigo, com os demais amigos que naquele blog são referidos. Num dos últimos comentários lá, ele disse: “Acho que já faço por merecer ser ‘quase da turma’”. Acho que sim, Marcos.
Não tenho dúvida que o espaço virtual não substitui o presencial. Insisto que a interação face-a-face ainda é mais completa (afinal, no virtual fica difícil tomar cerveja com os amigos!). No entanto, não posso deixar de ver que o novo espaço parece potencializar reações tipicamente humanas, sejam elas de amor, ódio, solidariedade, inconformidade, etc. Do jeito que a coisa avança, e da forma como “macacos velhos” estão aprendendo a lidar com e usando esses novos recursos, não me surpreenderia se uma ou duas gerações adiante achasse a interação em meio virtual completa.
Bom, era isso. Daqui a pouco eu volto.
5 Comments:
Grande "Rafusca", que era um apelido que um "vô emprestado" meu dava a um Rafael que era muito amigo dele. De uma pesquisa na internet, acabei entrando na página do Eurico e fiquei muito encantado com as estórias e histórias que ele narrava e sempre voltava, mas nunca as comentava. Em um belo dia, resolvi fazer algumas correções no texto dele e acabei, logo após os fatos já citados por você, virando uma pessoa que queria passar otimismo para ele, pois ele sempre me passou a imagem de uma pessoa muito legal e simples. Em relação às relações virtuais, acredito que elas têm um caráter menos competitivo e menos desgastante do que as relações cara a cara que atualmente temos e, por isso, é que elas chegam a ser até melhores que a outra. Mas concordo com você que uma relação cara a cara boa não tem comparação. O difícil é achar essa relação nos dias de hoje. No mais, fica um abraço do seu amigo virtual "Marcos"
acho que pra mim é mais fácil manter relações via internet. pelo menos com a maioria das pessoas. com algumas, a relação cara a cara é fundamental.
é legal conhecer gente nova, com os mesmos interesses, mas por outro lado nem tanto. ah é tudo muito complicado, que nem esse meu comentário aqui.
enfim, valeu pela lembrança! (=
Ae Marcos!!! Ae Carol!!!
Valeu pelos comentários! Continuem pintando por aqui... a casa também é de vocês!
Quem sabe um dia role uma cerveja no presencial também? [;)]
Abração pros dois!
Fala Rafael,
Acho que não da pra comparar, a interação face-a-face é mais completa. Acho que a interação virtual é mais um caminho, mais um meio de tu "alimentares" ou "reproduzires" as tuas relações reais.
Por vezes tem suas vantagens: perde-se um pouco da timidez, permite-se o animato, permite-se uma reflexão maior e portanto uma argumentação mais elaborada. Mas em compesação me parece incompleta.
Sei que pelo menos estatisticamente minhas melhores amizades continuam surgindo de encontros reais, ou o caminho pode ser o inverso, mas sempre incorrem no encontro real. Talvez um dia tomemos uma cerveja com o Marcos. Talvez um dia façamos uma videoconferência e conversemos sobre a vida, blogs e etc. Isso é suficiente? É completo? Não sei...
Ae Negão!
Também não sei... daqui uns 20 anos talvez eu te responda... [;)]
Abração e valeu pelos "insights"!
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